quinta-feira, 26 de março de 2009

Grande Barrichello



Uma coisa ninguém pode negar: os brasileiros não gostam da segunda colocação, seja no que for. E na Fórmula 1 é a mesma coisa. Acostumados com Émerson, Piquet e Senna, os brasileiros não esperavam menos de Rubens Barrichello. E quando o piloto não correspondeu, os brasileiros caíram de pau em cima dele. E por que não fizeram o mesmo com Massa? Pergunta o desatento leitor. Ora, ele não precisou carregar durante anos o peso de ser o único brasileiro com chances reais de ganhar um título. Quando estreou, em 2002 pela Sauber, Barrichello já estava na categoria há 10 anos.

Rubens nunca foi um gênio da Fórmula 1, mas está longe de ser um "inútil", "tartaruga", "pé-de-chinelo" ou outros adjetivos que os brasileiros adoram dar ao piloto. Chegou na Ferrari por méritos, porém sempre ficou à sombra de Schumacher.

Sou da época das vitórias de Ayrton Senna. Me lembro muito pouco de Piquet e do Émerson, só em vídeo-tape. Quando Senna morreu e Barrichello foi obrigado (exatamente, obrigado pelos brasileiros) a ter uma carreira brilhante, todos acreditavam nele. Porém, após anos infrutíferos, ninguém apostava mais no piloto. Eu, ao contrário desses muitos, sempre torci por ele. Vocês podem não acreditar em mim, mas quem me conhece sabe disso. Por incrível que pareça, sempre fui zoado por amigos por acreditar nele.

O que me deixa indignado com essa situação, é que agora que o piloto com mais GPs disputados voltou a andar na frente (pelo menos nos testes da pré-temporada), os brasileiros voltaram a acreditar no cara. E se ele não conseguir? E se ele fizer uma temporada igual a passada? Digo sem pestanejar, todos vão tachá-lo de burro insistente.

Mas continuo torcendo por ele. Acredito que vá ganhar algumas corridas. O título? Bom, se vier será o nirvana para o piloto. Mas ao contrário do que dizem que ele vai calar a boca de todo mundo, Rubens não precisa disso. Não precisa provar mais nada. Não precisa calar ninguém. Sua história na Fórmula 1 já está escrita, só falta o capítulo final. E se eu fosse editor de tal livro, escolheria o título deste post, "Grande Barrichello".

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